Por Fábio Silva*

O esperanto é uma língua planejada, criada em 1887 por Lázaro Luiz Zamenhof, visando facilitar a comunicação entre pessoas que falam diferentes idiomas. Ao longo do tempo, o esperanto evoluiu de um projeto linguístico para uma língua viva, com cultura própria e até falantes nativos. Ele se destaca como uma língua auxiliar internacional, sem a pretensão de substituir as línguas nacionais ou étnicas, mas de atuar como uma ponte entre culturas. Estima-se atualmente que mais de dois milhões de pessoas falem esperanto em mais de 190 países.

Além de ser uma língua, o esperanto é uma cultura rica, expressa por meio de músicas, filmes, redes sociais, literatura e teatro. Diversas empresas, como Google e Facebook, utilizam o esperanto em suas plataformas digitais. Há também aplicativos e programas disponíveis em esperanto, como os oferecidos pela Canonical e The Document Foundation. Plataformas educacionais, como Duolingo e Lingq, disponibilizam cursos da língua, muitas vezes gratuitamente.

A internet é o principal “país” do esperanto, onde grupos e fóruns se reúnem para utilizá-lo. Além disso, ocorrem anualmente congressos internacionais que discutem uma ampla gama de temas exclusivamente em esperanto. Instituições educacionais também oferecem cursos e promovem a disseminação da língua.

Aprender esperanto traz várias vantagens, como a oportunidade de contato com outras línguas e a facilitação do aprendizado de estruturas gramaticais. Seu aprendizado é considerado mais rápido em comparação com outras línguas, além de fortalecer as capacidades cognitivas. E além de tudo isso, temos o programa “Pasporta Servo” que é uma rede internacional de hospedagem gratuita para esperantistas, disponível em mais de 100 países.

O esperanto não pertence a nenhuma nação específica; ele é uma ferramenta de comunicação transnacional disponível para todos. A comunidade esperantista valoriza a neutralidade, o respeito e a tolerância, promovendo o acesso a diferentes culturas e a integração de seus falantes em qualquer grupo social, sem impor barreiras linguísticas.

*Fábio Silva é licenciado em Letras pela UFLA (Universidade Federal de Lavras), pós-graduado em linguística aplicada à educação pela FAVENI (Faculdade de Venda Nova do Imigrante), certificado C1 em esperanto pelo Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas creditado ao Centro Estatal de Exame Linguístico da Universidade Eötvös Loránd de Budapeste e diretor da Embaixada do Esperanto de Pouso Alegre.