Sites recomendados para aprender Esperanto

Desde a Torre de Babel, uma das grandes angústias humanas é a impossibilidade de comunicação. Para tentar resolver isso, foi inventado o esperanto, uma língua internacional planejada para servir de meio de comunicação entre duas pessoas que falam idiomas diferentes. Seu alfabeto é fonético – uma letra corresponde a um som – e vale para o mundo inteiro.

O inventor dessa língua foi Lázaro Luiz Zamenhof, que nasceu em uma pequena cidade da Polônia, na época em poder dos russos, chamada Bialystok, em 1859. Na cidade, eram comuns as picuinhas entre vários grupos que viviam ali: poloneses, lituanos, judeus e alemães detestavam-se. Desde criança, ele tinha a ideia de criar uma língua que acelerasse o entendimento entre os vizinhos.

Em 26 de julho de 1887, com o auxílio financeiro de seu futuro sogro, Zamenhof lança o esperanto para o mundo. Publica um livro em russo com o alfabeto, 16 regras gramaticais, alguns textos e um vocabulário básico. Quase 20 anos depois, em 1905, ocorre na França o primeiro congresso mundial da língua, o que se repetiria anualmente até a I Guerra.

Em países como a Alemanha, Polônia, Rússia, China e Japão, o esperanto é perseguido na década de 30 – a família de Zamenhof, falecido em 1917, é dizimada na Polônia. Com o fim da II Guerra, a Unesco reconhece o valor da língua para a cultura mundial.

Aprender o Esperanto causa um efeito pedagógico facilitador, pois aumenta a rapidez de aprendizado de outro idioma em pelo menos 20%

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La Simpla Vortaro
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Do site HR Idiomas

Negação no Esperanto

O que predomina no Esperanto é a lógica e a simplicidade. Zamenhof procurou, portanto, aproveitar o que é essencial nas línguas para a comunicação eficaz, deixando de lado tudo o que é supérfluo, desnecessário. Por exemplo, para nos expressar em nossa língua materna, ou quando estamos aprendendo uma língua estrangeiram temos que recorrer a expressões idiomáticas, que, em muitos casos, não são traduzidas literalmente. Elas fazem sentido em determinadas situações, de acordo com o contexto social, cultural etc, enfim, algo próprio da língua e da cultura do falante.

Para compartilhar da cultura e da língua do seu meio social, o falante utiliza tais expressões, até mesmo para não parecer um estranho no próprio meio em que vive – a palavra “estrangeiro” deriva da palavra “estranho”.

Grande dificuldade ocorre quando o indivíduo não fala determinada língua, mas deseja aprendê-la, e não tem domínio pleno de expressões idiomáticas.

Outras vezes, optamos por recursos linguísticos que não têm apoio nas regras gramaticais, todavia se consolidam na língua graças ao uso constante. Para uma comunicação internacional eficaz não deve haver confusões. O Esperanto, por ser uma língua planejada desde o início, possui uma estrutura que se sustenta por si mesma, impedindo armadilhas para o próprio falante. Ela foi criada para servi-lo, diferentemente da  situação comum, na qual o falante é quem serve a língua estrangeira. Podemos imaginar um pequeno diálogo:

  • Você viu alguma coisa?
  • Não! Eu NÃO vi NADA!

Se o interlocutor tivesse visto, ele poderia ter dito: “Sim, eu vi ALGUMA COISA”. Mas, no caso da resposta negativa, ele reforça o que não viu utilizando a palavra NÃO, uma segunda palavra negativa. Se pensássemos de maneira lógica, não haveria necessidade do reforço. Tal fato acontece, pois, esse recurso já se consolidou na comunicação em língua portuguesa.

Não há necessidade, em Esperanto, de utilizar duas palavras negativas em uma frase. Uma delas é suficiente para tornar negativo seu sentido. Vejamos uma frase afirmativa, com foco no verbo:

Mi VIDIS ion (Eu VI algo; eu VI alguma coisa).

Na forma negativa, com o mesmo foco no verbo, temos:

Mi NE VIDIS ion (Eu NÃO VI nada, Eu NÃO VI coisa alguma).

Agora, observemos a mesma frase afirmativa, dessa vez com foco na palavra IO:

Mi vidis ION (Eu vi ALGO, eu vi ALGUMA COISA).

Tornando a frase negativa, sem alterar o sentido do verbo, temos:

Mi vidis NENION (Eu NÃO vi NADA. – Literalmente “Eu vi NADA”)

Basta colocar apenas uma palavra negativa na oração para tornar todo o seu sentido negativo. Se colocássemos duas palavras negativas, uma delas anularia o sentido da outra, gerando uma frase afirmativa:

Mi NE vidis NENION. = Mi VIDIS ION.
(Eu NÃO vi NADA. = Eu VI ALGUMA COISA.)

O Esperanto não foi planejado apenas para falantes da língua portuguesa, e sim para falantes de todas as línguas e culturas. Por isso, ele excluiu essa dificuldade para facilitar a comunicação entre todos eles. Assim:

Não se usa uma palavra negativa junto de outra. Basta expressar a negação uma só vez.

Apesar disso, é possível a formação de expressões idiomáticas. O princípio que rege a comunicação nessa língua é o da CLAREZA: da boa pronúncia à capacidade de expressar as ideias. O respeito mútuo tem grande importância. Um falante se expressa, o outro compreende, e assim, ambos estão em pé de igualdade na comunicação, ou seja, um não é superior ao outro. Mais do que as palavras usadas, o fator humano tem grande valor. E na comunicação humana não deve haver barreiras, pequenas ou grandes, que a dificultem. As regras devem ser claras para que o falante domine a língua rapidamente e a perceba como sua.

Do blog HR Idiomas

Correlativos, Prefixos e Sufixos no Esperanto

Correlativos são palavras que exprimem uma relação mútua e podem ser usadas aos pares. Por exemplo, as palavras usadas para formular questões e exigem respostas específicas diferentes de um sim ou não. “O quê?” exige uma resposta por “algo”, “aquilo”, “tudo” ou “nada”. Os pares “onde/ ali”, “quando/ sempre”, “como/ assim” etc, são outros exemplos de correlativos.

O esperanto tem uma maneira muito interessante e prática de construir seus correlativos: ao todo existem 45 correlativos, derivados de quatro prefixos e nove sufixos, com um “I” intercalar.

Note-se que a série dos indefinidos, sendo a base do sistema, não tem prefixo, começando diretamente por I- (“I”ndefinidos). Quatro destas séries são pronominais e/ou adjectivais e cinco são adverbiais. Assim, basta aprender o significado desses 13 afixos para ter acesso a todos os correlativos da língua. E vale a pena aprendê-las, visto que estas palavras simples constituem cerca de 10% de qualquer texto em esperanto.

Prefixos

I: indefinido (sem prefixo).
KI: interrogativo, exclamativo, ou relativo (conjuntivo).
TI: demonstrativo.
NENI: negativo.
ĈI: coletivo, distributivo.

Sufixos

U: indivíduo.
O: coisa.
A: espécie.
ES: posse.
E: lugar.
AM: tempo.
AL: motivo.
EL: modo.
OM: quantidade.

Os correlativos terminados em -A ou -U podem levar a marca do plural J. Os sufixos terminados em vogais podem levar a terminação do caso acusativo N. No caso dos terminados em -E, trata-se do acusativo para mostrar o movimento (como em alemão e russo).

KI
indagação
TI
indicação
I
indefinição
NENI
Ausência
ĈI
Totalidade
U
Indivíduo
Coisa definida
kiu
que, quem, qual
tiu
esse(a), aquele(a)
iu
alguém, algum(a)
neniu
ninguém
ĉiu
todo, cada
O
Coisa Indefinida
kio
o que
tio
isso, aquilo
io
algo
nenio
nada
ĉio
tudo
A
Tipo/Espécie
kia
de que tipo, espécie, como
tia
desse tipo, espécie, assim, tal
ia
de algum tipo, espécie
nenia
de nenhum tipo, espécie
ĉia
de todo tipo, espécie
E
Lugar
kie
onde
tie
aí, ali, lá
ie
algum lugar
nenie
nenhum lugar
ĉie
todo lugar
AL
Motivo
kial
por quê?
tial
por isso
ial
por algum motivo
nenial
por nenhum motivo
ĉial
por todos os motivos
AM
Tempo
kiam
quando
tiam
nesse, naquele tempo, então
iam
em algum tempo, momento
neniam
em nenhum tempo, Nunca
ĉiam
em todos os tempos, Sempre
EL
Modo, maneira
kiel
como, de que modo
tiel
assim, desse, daquele modo
iel
de algum modo
neniel
de nenhum modo
ĉiel
de todos os modos
ES
Posse
kies
de quem, cujo
ties
de tal pessoa, dele(a)
ies
de alguém
nenies
de ninguém
ĉies
de todos
OM
Quantidade
kiom
quanto
tiom
tanto
iom
um pouco, uma certa quantidade
neniom
nada, nenhuma quantidade
ĉiom
tudo, toda quantidade

Correlativos

Tabela desenvolvida por António Martins Tuválkin

indefinido demons-
trativo
interrogativo-relativo coletivo-distributivo negativo
identificação
substantivo
io
algo
tio
isso, aquilo
kio
o quê, o que
ĉio
tudo
nenio
nada
referência
pronome
iu
algum, alguma, alguém
tiu
aquele, aquela, quem
kiu
o qual, a qual
ĉiu
cada, cada um
neniu
nenhum, ninguém
qualidade
adjetivo
ia
de algum tipo
tia
assim, deste tipo
kia
de que tipo
ĉia
de todo o tipo
nenia
de tipo nenhum
posse
adjetivo
ies
de alguém
ties
daquele, daquela
kies
de quem
ĉies
de todo
nenies
de ninguém
lugar
advérbio
ie
algum lugar
tie
ali
kie
onde
ĉie
em todo o lado
nenie
nenhum lugar
direção
advérbio
ien
para algum lado
tien
para ali
kie
para onde, aonde, adonde
ĉien
para todo o lado
nenien
para lado nenhum
tempo
advérbio
iam
uma vez
tiam
então
kiam
quando
ĉiam
sempre
neniam
nunca
quantidade
advérbio
iom
algo, algum
tiom
tanto, tão
kiom
quanto, quão
ĉiom
tudo
neniom
nada
motivo
advérbio
ial
por algum razão
tial
por isso
kial
porquê, porque
ĉial
por todas as razões
nenial
por nada
modo
advérbio
iel
de algum modo
tiel
assim
kiel
como
ĉiel
de toda a maneira
neniel
de modo nenhum

Notas

1. Resulta do acrescento aos correlativos de lugar do acusativo de direção.

2. Pode receber acusativo e plural.

3. Pode receber acusativo e plural, embora este último não deva ser utilizado: estas palavras referem‑se sempre a entidades abstratas, para as quais se reserva sempre o singular, mesmo que sejam em número plural.

4. Demonstrativo: Usa‑se a partícula “ĉi” para derivar as formas aproximativas: ĉi ties, ĉi tiam (deste, nesta altura)

Esta palavra também pode ser aposta depois do correlativo, obtendo‑se o mesmo significado: tie ĉi (aqui)

A tripla distinção do tipo “aqui / ali / aí” ou “isto / aquilo / isso” (uma originalidade quase exclusiva do português) só pode ser traduzida por expressões elípticas:
ĉi tie, tie, tie ĉe vi (aqui, ali, aí)

5. A distinção entre grau e quantidade é dada pela preposição “da”: Kiom longas la tunelo? (Quão longo é o túnel?) ou, em português corrente, (Qual o comprimento do túnel?) mas Kiom da vino necesas por ebriigi min? (Quanto vinho é necessário para me embriagar?)

Uso dos correlativos

io kio: algo que
tio kio: aquilo que, o que, o qual
tiam kiam: naquele momento quando
ĉiam kiam: sempre que, sempre quando
tia kia: tal qual
tiel kiel: do mesmo modo que, assim como, tanto quanto, tão… quanto… (modo ou intensidade)
tiom kiom: tanto quanto (quantidade)

Partículas

Algumas ideias complementares são formadas com partículas especiais, ajn indica generalidades, ĉi reforça a ideia de proximidade e for para indicar distância, isso ocorre pelo fato dos correlativos não deixarem claras tais ideias. As partículas podem ser usadas tanto antes quanto depois dos correlativos.

Ĉi

A particula “ĉi” exprime a ideia de proximidade, sendo essa partícula usada em conjunto com os correlativos que se iniciam em “ti” ou “ĉi”.

ĉi tie: aqui, cá
ĉi tio: isto
ĉi tiu: este aqui
ĉi ĉio: tudo isto aqui
ĉi ĉiuj: todos estes

Ajn

A partícula “ajn” é usada para representar o “quer que seja”, aumentando assim a indefinição de algo. Normalmente usado com os correlativos que começam com “i”, “ki” ou “ĉi”.

iu ajn / kiu ajn: qualquer, qualquer um.
io ajn / kio ajn: o que quer que seja, qualquer coisa.
ie ajn / kie ajn: onde quer que seja.
ies ajn / kies ajn: de quem quer que seja.

For

tiu for: aquele lá, aquele ali.

 

As “ki” para perguntas e como relativos

As palavras que se iniciam com “ki” são usadas tanto para perguntas como também para criar subfrases (orações subordinadas) referenciando elementos da frase principal.

Kiu é a forma mais comum de iniciar uma “subfrase” e corresponde em português a “o qual”.

  • La viro, kiu staras tie.: O homem, o qual está ali. (No Brasil, “o qual” é frequentemente substituído por “que”)

Quando for necessário fazer referência a “tio”, a subfrase começa com “kio”. No exemplo abaixo é fácil identificar a subfrase porque ela está intercalada entre vírgulas. É comum em esperanto usar vírgulas para separar subfrases. Todos os correlativos que terminam em “-o” podem receber a terminação do acusativo.

  • Tio, kion ŝi faris, estas malbona.: Isso, que ela fez foi ruim.

Frases com “kio” esperam respostas terminadas em “-o”, que são no Esperanto a terminação para substantivos.

  • Kio li estas? Li estas ŝoforo.: O quê ele é? Ele é chofer.

Sentenças com “kia” esperam respostas terminadas em “-a”, que são em Esperanto a terminação para adjetivos.

  • Kia estas la hundo? La hundo estas granda kaj bela.: Como é o cachorro? O cachorro é grande e bonito.
  • La aŭto estas granda kiel kamiono.: O carro é grande como um caminhão.

Direção

Os correlativos terminados em e (lugar) podem receber o acusativo de direção.

Kien?: Para onde?
Tien.: Para lá.

Derivações a partir dos correlativos

É possível adicionar outras terminações aos correlativos para criar novas palavras. Um caso útil é kialo, que simplesmente significa “razão, motivo”.

A palavra “sempre” com a terminação de adjetivo passa a significar “eterno/a”: ĉiam → ĉiama.

Se for necessário qualificar um substantivo com a ideia de que ele está em todo lugar, é possível transformar ĉie em adjetivo, gerando ĉiea. E se for desejado qualificar um substantivo indicando que nos referimos a um certo tempo, podemos usar tiam como adjetivo, gerando tiama (La tiama prezidento = O então presidente, o presidente daquela época).

Para dizer “um pouquinho”, podemos partir de iom e adicionar o diminutivo et. Como o resultado é um advérbio, usa-se a terminação adverbial e (sem esse “e”, a palavra ficaria incompleta): iom → iomete

Para perguntar um número ordinal, ou seja, a posição de algo numa lista, usa-se kioma. A aplicação mais comum é na pergunta Kioma horo estas? (Que horas são?). Em esperanto as horas do dia são vistas como uma lista: a primeira hora, a segunda hora, etc. Dessa forma se diferencia uma duração (du horoj) de um momento do dia (la dua horo). Como outro exemplo de kioma pode-se dizer Kioma etaĝo? (Qual andar?).

Do site HR Idiomas.

As 16 regras fundamentais do esperanto

Conheça as 16 regras fundamentais do esperanto. Estas regras dizem respeito a características próprias do esperanto.

As primeiras oito regras se referem às principais classes de palavras. Muitas de suas características estão presentes no Esperanto e nas demais línguas modernas. A outras regras dizem respeito a características próprias do Esperanto.

Artigos

Não existe artigo indefinido (em português: um, uma, uns, umas); apenas existe o artigo definido “La” (o, a, os, as), igual para todos os gêneros, números e casos. O uso do artigo é, em geral, o mesmo que nas outras línguas. As pessoas para as quais o uso do artigo represente dificuldade (como para os falantes do russo) podem, nos primeiros tempos, não usá-lo absolutamente.

Substantivos

Os substantivos têm a terminação “o”. Para a formação do plural, acrescenta-se a terminação “J“. Em Esperanto, existem apenas dois casos de declinação: nominativo e acusativo, o último forma-se do nominativo pelo acréscimo da terminação “N”. Ex.: leono (nominativo) – leão; leonon (acusativo). Os demais “casos” são expresses por preposições adequadas, ou seja: o genitivo é substituído pela preposição “de” (de), o dativo, pela preposição “al” (a, para); e o ablativo, pela preposição “per” (por) ou outras, conforme o sentido da frase.

Adjetivo

O adjetivo tem a terminação “a“. Casos e números como no substantivo. O comparativo forma-se com a palavra “pli” (mais), e o superlativo, com “plej” (o mais). No comparativo, usa-se a conjunção “ol” (do que).

Artigo original na página da HR Idiomas

Quantas pessoas sabem Esperanto no Mundo?

Um dos enigmas da Humanidade é o real número de esperantistas no mundo. É estranho que tantas pessoas se interessem em saber isso, mas não se preocupem em saber quantas pessoas sabem latim, hebreu, sânscrito ou qualquer outro idioma. Mas parece que o simples fato do Esperanto ser uma língua artificial cria essa curiosidade sobre o número de falantes.

Outra coisa que atrapalha definir o número exato é que ninguém decide se devemos incluir quem aprendeu os rudimentos do Esperanto ou só aqueles que são proficientes. Na minha opinião, se formos exigir proficiência, nem 10% da população brasileira fala o português, mas contamos todos como falantes da língua…

Os números mais pródigos falam em 2 milhões de pessoas no mundo todo. Isso é menos que a população de Campinas. Eu sempre achei esse número muito estranho, pois não explicaria a existência de editoras dedicadas a livros em Esperanto; eventos; sites; e todo o universo esperantista que só cresce.

A coisa ficou pior quando um jovem estatístico, se não me engano polonês, após se tornar esperantista, ter decidido aplicar um cálculo estatístico complexo, baseado em número de pessoas em eventos e sociedades, para chegar à conclusão de quantos esperantistas existiriam nos diversos países. O resultado foi muito abaixo dos tais 2 milhões, o que foi decepcionante. Mas o raciocínio dele já estava errado desde o início. Basear o número de esperantistas em números de participantes de congressos e sociedades é querer levantar número de militância. Eu mesmo conheço uma senhora que fala Esperanto, já tendo viajado a diversos países estrangeiros só falando essa língua, e que não vai em congressos ou é membro de nenhuma sociedade.

Pois bem, após grande expectativa, o aplicativo Duolingo lançou sua versão de curso de Esperanto para falantes do inglês (ou para quem quer aprender Esperanto e sabe o suficiente de inglês para estudar por essa língua). E sabe quantos alunos já existe nesse aplicativo só estudando Esperanto em inglês e outros idiomas? Um milhão de pessoas!

Ora, não dá para acreditar que exista um milhão de pessoas interessadas num idioma falado por 200 mil pessoas, nem mesmo por 2 milhões. Esse número tem que ser maior para a proporção ser compreensível. Ainda mais se imaginarmos que 800 mil dessas pessoas estão estudando em inglês, ou seja, estamos falando somente de pessoas que sabem o suficiente de inglês para estudar outro idioma. A versão em português ainda está em implantação.

Isso derruba totalmente as críticas e até ironias em relação ao Esperanto. “Língua só falada por espíritas”, “língua que não é levada a sério por nenhum linguista”, “menos falada que os idiomas criados por Tolkien para a saga O Senhor dos Anéis”, etc.

Mas qual a utilidade prática de se aprender Esperanto? Isso será assunto de outro texto posterior.

Por Maurício Menezes Vilela

Originala teksto ĉe HR Idiomas